Resenha: O Substituto - Brenna Yovanoff


Lá estava eu, feliz e saltitante, entrando na livraria pra comprar o quinto volume de uma série e dou de cara com O Substituto, da Brenna Yovanoff. Não consigo nem explicar o quão surpresa fiquei! Como assim eu não sabia que estavam lançando esse livro no Brasil? COMO? Pois é. Depois de tal evento, resolvi ver se já tinha escrito uma resenha do livro pro blog -eu podia JURAR que tinha-, mas não achei nenhuma, então decidi dar uma relida no livro e escrevê-la!




O Substituto - Brenna Yovanoff









Sinopse: Mackie não é um de nós. Ele vive na pequena cidade de Gentry, mas vem de um mundo de túneis e águas escuras e lamacentas, um mundo de garotas-cadáver governado por uma pequena princesa tatuada. Ele é um Substituto — deixado no berço de um bebê humano há dezesseis anos. Agora, devido a uma alergia fatal a ferro, sangue e solo consagrado, Mackie está morrendo aos poucos no mundo dos homens. Mackie daria qualquer coisa para viver entre nós. Tudo o que ele deseja é tocar baixo e descobrir mais sobre uma garota estranhamente fascinante chamada Tate. Mas quando a irmãzinha de Tate desaparece, Mackie é irreversivelmente arrastado para o submundo de Gentry, conhecido como Caos.


Tenho que dizer que este livro é, pra mim, uma das maiores surpresas do YA sobrenatural. Eu me sentia dentro de um filme do Tim Burton enquanto lia  O Substituto, e lendo as resenhas e informações no Amazon reparei que não fui a única a fazer esta comparação.

A história é, em uma palavra, estranha. Mackie Doyle é um personagem que me cativou justamente por ser esquisito, desajustado e exatamente o que se esperaria de alguém que, bem, não deveria estar ali!
Mackie é um "substituto", um bebê do povo mágico que foi colocado no lugar do bebê humano que tal povo sequestrou. Os substitutos não costumam sobreviver, mas Mackie foi amado, e isso o tornou uma exceção. Porém é difícil pra ele viver no nosso mundo, por assim dizer, e sua família e ele fazem o possível para esconder e conter as bizarrices que ser um substituto adolescente proporcionam, como sua alergia a ferro. Mesmo com todos os esforços, ele se sente cada dia mais fraco e decide procurar respostas -e a cura-, e quando uma garotinha é sequestrada, ele, acompanhado de Tate, a corajosa e determinada irmã mais velha da garotinha, acaba por ir muito mais fundo no submundo cheio de segredos da cidade de Gentry do que pretendia.

Eu não quero falar muito do enredo do livro pra não estragar a surpresa, porque este é um dos livros sobrenaturais mais originais que já li.

O que é muito interessante no livro é o clima sombrio, que é consequencia do modo como Brenna apresenta a cidade de Gentry, "palco" de toda a ação do livro. A cidade é praticamente um personagem, uma entidade com seus segredos, mistérios, dúvidas... Não tem como não se envolver com Gentry e no fim a própria cidade e seus moradores são, de certa forma, parte de um ritual macabro que todos parecem decididos a ignorar. Todos, isto é, até Mackie e Tate começarem a fazer perguntas.

O livro é todo envolvido no lado sobrenatural, e todos os personagens tem "um dedinho" no mistério que envolve a cidade, mesmo aqueles tão humanos quanto eu e você. É interessante ver a história se desenrolar e traçar paralelos com situações reais -mas menos bizarras, é claro-. Os seres mágicos do livro são os maiores culpados, em minha opinião, do clima Tim Burton que ronda a narrativa; Eles são estranhos, únicos, fascinantes e surpreendentemente reais. Brenna Yovanoff é com certeza uma autora muito talentosa e criativa, e mal posso esperar por ler mais dela!

 O Substituto não é um romance, mas é uma história sobre amor. Amor de pais, amor de irmãos, amor que permite que um "substituto" resista por anos em nosso mundo, amor que tem forças pra procurar mais fundo, que não desiste. É uma história original, estranha, sombria e, em alguns momentos, assustadora, mas é uma história que merece ser lida.





8 comentários:

Janne disse... [Responder comentário]

Ah, lembro qnd vi essa capa há mais de um ano - e a outra versão tb. Fiquei super a fim de ler, pq parecia super sinistro, com uma história bem diferente. Mas eu ainda tinha meio medo de comprar livros em inglês. O tempo passou e eu esqueci dele. Agora é uma oportunidade de lê-lo.
Resenha muito bem feita. =)

Mi disse... [Responder comentário]

Tenho um baita medo dessa capa... Sou molenga e não sei se leria! rs.
Ele fala de amor? Bem, isso eu não esperava mesmo!
Gostei!

:*
Mi
Inteiramente Diva

Unknown disse... [Responder comentário]

Oie...
Tudo bom?
Genteeeeee que capa é essa? Nossa.... mas pior que fiquei super curiosa... ahuahauhauhaua

Adorei seu blog... Já estou seguindo...
Depois dá uma passadinha no meu para conhecer... Relíquias da Lylu =D
http://reliquiasdalylu.blogspot.com.br

Unknown disse... [Responder comentário]

Olá, Renata.

Chamo-me Daniel, e esta é a primeira vez que visito seu blog. Percebi pela crítica acima que você escreve de modo interessante, dando até vontade de conferir o livro que resenhou.
Encontrei seu blog através de um link no qual você aborda o "preconceito" com literatura voltada ao jovem. Seus argumentos foram bons, inclusive abordando o Jogos Vorazes e alguns aspectos que merecem nele uma análise, mas vi uma lacuna que gostaria de comentar:
Você citou a violência excessiva nele, e a questão é: o foco do livro é analisar esse mundo que cerceia a liberdade através da influência da mídia e do poder regente, ou todo esse contexto é apenas uma desculpa para o leitor imergir num mundo de ação desenfreada (tática que Hollywood cansa de adotar)?
Lembro da celeuma causanda quando do lançamento de A paixão de Cristo, de Mel Gibson. Muitos católicos e até mesmo protestantes saudaram o livro por ter a coragem de mostrar "realisticamente" o sofrimento de Jesus, mas quem entendia de cinema via como um desfile de atrocidades sanguinolentas que fascinava justamente por isso... é acompanhar a câmera que insisti em se deter na carnificina patrocinada pelos guardas imperiais, e ignora tudo o que há em volta. O que interessa é apenas a carne que é virulentamente arrancada do Cordeiro de Deus, o filme se realiza nisto.
Não seria o caso (salvo as evidentes diferenças) da crítica feita pela colunista? Afinal, a literatura existe para incomodar, não é mesmo? Mas para incomodar pela reflexão, pela análise. No que toca à sua opinião sobre os jovens, estou de acordo: também vejo os jovens com potencial para avaliar o que leem (embora muitos abdiquem dessa prerrogativa...)
Sobre minha opinião, recomendo que visite este post do meu blog:

danielmattoss.blogspot.com/2012/07/reflexoes-sobre-moreninha.htm

Espero que possamos estabelecer um diálogo... é o que todos buscamos num blog, afinal.

Abraços,
D.

Anônimo disse... [Responder comentário]

Esse livro é muito bommm ,voce começa a ler e nao quer parar ,a descrição que yovanoff é perfeita voce consegue se ver na cidade e realmente como voce falou não é aquela coisa chata de vampiros e blá blá blá .Enfim recomendo esse livro e ótima resenhaa

Miin Trindade disse... [Responder comentário]

@Daniel de Mattos

Oi Daniel, esse post no blog foi meu, então resolvi responder seu comentário. Entendo seu ponto e acho muito válido, e em certos filmes e livros observo isso, e podemos até aceitar que se diga o mesmo sobre Jogos Vorazes mas, no caso, a autora da coluna citada argumentava com relação à violência, no geral, não ser recomendada pra jovens e ela própria citou Jogos Vorazes, entre outras séries, e eu não concordo que a violência contida ali seja imprópria ou muito gráfica pra jovens em específico. Pode ser que seja um ponto explorado demais pela autora, mas não acho que chegue ao ponto de poder ser censurada, entende?

Tenho certeza que falo pela Rê também quando digo que o diálogo está sempre aberto aqui ^^

Denise disse... [Responder comentário]

Eu comprei e li o livro após ler esse post no teu blog. Adorei! Obrigada pela indicação!!!

Eous Akidalia disse... [Responder comentário]

http://livroderesenhas.blogspot.com.br/

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