Prateleira Nacional #04

 

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Inspirado na popular série americana America’s got talent, a seção “Prateleira Nacional” do Guria que Lê apresentará os novos talentos brasileiros no campo da literatura. A cada edição um novo autor/ autora terá suas obras apresentadas, bem como o seu perfil e sua carreira literária. Valorize a literatura nacional conhecendo seus autores. Prestigie você também o talento brasileiro!

 

E a convidada de hoje é Georgette Silen, autora de Lázarus!

 

Vocês já perceberam a minha empolgação por este livro em dois momentos: vídeo e resenha. Então agora lhes trago um pouco mais deste livro *MA-RA-VI-LHO-SO* através de uma entrevista com a sua autora. Lázarus dispensa muitas apresentações por aqui, só resalto que é uma leitura indispensável! Você está pronto para isso?! ;)

 

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Georgette Silen, nascida na cidade de Caçapava – São Paulo, tem 38 anos, duas filhas e muitas estórias para contar. Taiada com orgulho. É professora de arte, arte educadora, trabalha com teatro há vinte e dois anos, já escreveu e produziu peças teatrais, ganhou prêmios como atriz e diretora em várias cidades do interior paulista e também na capital. A paixão pela literatura vem da infância desde que leu com os olhos as figuras, pois ainda não sabia entender as palavras, de um colorido livro sobre os Três Porquinhos.E aí não parou mais…

 

 

1. Quem é Georgette Silen e como ela enxerga seu lado escritora?

Olá, primeiramente quero agradecer pelo espaço no blog, Renata, e também aos seguidores que estão lendo essa entrevista. É um grande prazer estar aqui.

Georgette Silen é uma sonhadora irrecuperável. Sempre teve os pés no chão, mas a mente viajando pelos mais diversos mundos e realidades alternativas. Quando não estava fazendo nada “normal”, destilava histórias no papel, falando sozinha, ou mesmo parada, imaginando e visualizando suas invenções.

Enxerga o lado escritora como uma conseqüência da necessidade de contar histórias, assim como um prolongamento da veia artística que sempre exerceu (é artista plástica e artista teatral), e espera poder contagiar os leitores com emoções diversas ao lerem suas histórias.

 

2. Escrever é a forma de nomear nossos sonhos e fantasias. O que te motivou a escrever? Quais foram as suas inspirações para iniciar a sua carreira de escritora?

Acho que a maior motivação, além de querer contar histórias, foi o fato de que minha mente sempre inventou narrativas diversas. Desde criança criava mundos inteiros e situações insólitas, que acabaram influenciando minha predileção pelas narrativas fantásticas, e também gostava de narrar essas mesmas histórias aos colegas e escrevê-las aos professores. Como diz um amigo escritor, é como uma “coceira” que nunca passa. Quanto mais você se coça, mas vontade dá. Inspirações eu tive várias: escritores da minha cidade, escritores que admirava, paixão por livros e curiosidade em ter o nome escrito em um deles, rsrsrs

Mas a principal foi ter perdido o medo de me expor, de ter um trabalho publicado e colocando a cara a tapa aos leitores. Foi um grande aprendizado.

 

3. Como surgiu a ideia de Lázarus? O que te levou a escolher o tema de “vampiros” para sua história?

Vampiros, ahhhh... sou uma apaixonada pelo mito, seja pela vontade de driblar a morte, pela oportunidade de ver o mundo com olhos lendários, o vampiro sempre me motivou a pensar, criar, a querer saber mais sobre ele. Eu estava pesquisando sobre tipos de vampiros nas culturas mundiais quando tive um sonho com uma cena do livro (a do Lázarus, especificamente), e fiquei imaginando como e por que tal imagem confusa apareceu e criou raízes tão fortes que não conseguia me livrar dela. Resolvi colocar no papel, e o que a princípio seria um conto tornou-se uma noveleta, e a noveleta virou um romance, que não se bastou em um único livro, e no final tinha mais de 2000 páginas escritas de uma trama que tomou rumos diversos durante sua criação.

 

4. A história de Lázarus é ambientada na Inglaterra. Como ocorreu a construção deste ambiente? Sua escolha foi por motivos pessoais? Conte-nos sobre ela.

Eu, como a maioria das pessoas, acredito, tenho em mente primeiramente o mito clássico do vampiro, que foi imortalizado por Bram Stoker. Como a história se passa na Inglaterra, tive a ideia de homenagear Stoker e ao mesmo tempo fundir velho mundo e novo mundo nas características do mito que eu já pesquisava. O interessante é ver o quanto de tipos de vampiros encontramos pelo mundo sem essa denominação, mas partilhando de hábitos semelhantes, ainda que muitas vezes distintos em sua ação. Queria uma personagem que representasse esse dilema, um pé aqui e outro lá, dentro do mito, que representasse o clássico e o moderno na evolução dos vampiros. Por isso uma protagonista filha de um inglês e uma brasileira, uma pouco da história acontecendo lá e aqui, com suas características peculiares.

Quanto ao cenário, pesquisei com amigos que moram na Inglaterra as características do país e de sua população, procurei livros, internet, guias de viagem, tudo para compor o clima o mais próximo possível, geográfica e social, do que seria uma vida nesse país para imigrantes, especialmente.

 

5. Lázarus não é uma história como as outras, afinal, os vampiros tem sua própria identidade nela. Quais são os diferenciais de Lázarus? Como surgiu o interesse nesse mito de vampiros, a base de sua história (transformação e cura)? O que os leitores devem esperar encontrar no seu livro?

Lázarus é um amálgama de tudo o que já li acerca do mito, que foi sendo absorvido e armazenado na cabeça. E que precisava de uma motivação para nascer. Diferencial? Acredito que o questionamento que o leitor fará ao tentar descobrir, de fato, quem é o monstro e quem é o homem nessa história. Além disso, a pesquisa feita para ambientar a história dá uma base sólida em que o leitor se sente amparado e seguro, pois está calcado nos arquétipos de comportamento que regem o ser humano, e no contraste com a ausência desse comportamento em muitos personagens. E os mitos mundiais acerca do poder de cura e da força ritual do sangue são muitos.

Quanto aos personagens, cada um deles é uma criação única e insubstituível. São como sementes que jogamos em um solo rico, o da imaginação, e vemos brotando e agindo no ambiente. O leitor pode esperar muito deles, com certeza, mas nem sempre o que esperar será o que de fato pode acontecer.

 

6. Apesar do tema sobrenatural, o livro aborda o amor, a família, as lutas pessoais, os jogos de interesse e a força da amizade. Qual a importância de abordar estes temas numa história de ficção?

Quando se trabalha com fantasia, na verdade criamos metáforas para comportamentos humanos. Somos humanos e pensamos como tal, então mesmo que criemos algo que não seja humano, ele terá características daquilo que somos inevitavelmente.

E se você abordar aspectos da nossa natureza, do nosso comportamento, através de algo que não se assemelha ao homem, a mensagem fica mais forte, gritante. Sem dúvida paramos para pensar e ver nossos atos, espelhados por uma criatura que não lembra nem de longe o ser humano, mas que tem o poder e o dom de nos tocar, e nos fazer refletir.

Todas as histórias ficcionais são importantes nesse sentido, pois alcançam com mais profundidade a mente humana num nível muitas vezes não imaginado.

 

7. Robert é um personagem que encanta os leitores. Qual o “ingrediente” certo para construir um personagem carismático? Em sua opinião, qual seria o segredo do sucesso de Robert? Qual o processo que você utiliza para compor seus personagens (experiências pessoais, observações...)?

Robert é lindo não é? rsrsrs (pelo menos as mulheres se encantam com ele). Como todo bom romancista sabe, criamos homens e mulheres idealizados. Sonhamos com parceiros ideais, com o romance perfeito, com a alma gêmea. E Robert é a personificação dos anseios secretos de Laura, assim como ela é os dele. Robert é um personagem interessante, pois seu potencial maior ainda está guardado para os volumes posteriores, ele ainda não foi totalmente desvelado e o mistério que o cerca cativa os leitores. Em tese ele é aquilo que uma mulher espera: bonito, elegante, educado e apaixonado. Mas nem sempre só de flores se forma um jardim, existem ervas daninhas também, necessárias a um equilíbrio na natureza. Por hora posso afirmar que quem se apaixonou por ele no primeiro livro irá se sentir arrebatado no volume dois, pois veremos a essência de um homem que viveu demais, ou sobreviveu demais, e terá de aprender a lidar com isso de forma insuspeitada.

Com relação a criação de personagens, observações são sempre necessárias. Vejo relacionamentos entre as pessoas, suas posturas, suas opiniões, tiques nervosos, etc. Guardo as informações em alguma parte certamente semelhante a um arquivo na minha cabeça e quando vou criar algo eu retiro os ingredientes necessários para isso. Experiências pessoas com certeza influenciam muito também.

 

8. Lázarus é uma série de quatro livros (Lázarus, Panacéia, Nênia e Zênite). O que os leitores podem esperar para os próximos volumes?

Muito romance, muita ação, traições, ambições, muita aventura e o surgimento de mais personagens que irão acrescentar fatos novos e reviver antigos para eletrizar o universo de Laura e seus amigos. O volume dois vai explorar o território brasileiro com mais profundidade, desde São Paulo, passando por Mato Grosso do Sul e chegando a Amazônia e também países da América Latina, como a Venezuela. E o velho mundo europeu jamais será o mesmo com tantos acontecimentos que estarão por vir.

 

9. E quanto aos seus outros trabalhos, conte-nos sobre eles. Há novos projetos em processo de criação? Podemos esperar novidades em breve?

Sim, há bastante novidade. Em maio será lançado o livro de contos vampirescos Apenas Uma Taça, pela editora Estronho, e para os fãs da série Lázarus há três contos nesse livro que falam de personagens da saga: Clementine, Alexia e Eric. São contos que criei para ambientar melhor os personagens do livro, como “extras” de produção e serão disponibilizados. Saberemos um pouco mais das trajetórias de vida de quando eram humanos, e de quando eram menos “civilizados” por assim dizer.

Também há um projeto solo com outro personagem que criei ano passado, mas por enquanto ainda não posso falar sobre ele. Mas acredito que também vai agradar em cheio aos leitores de histórias épicas e que já têm curtido uma aventura solo da personagem publicada recentemente.

E, além disso, há também as antologias que organizo e que fui convidada a participar: Histórias Fantásticas, VII Demônios, Espectra, Infiltrados.

Muita coisa boa para 2011, com certeza.

 

10. Como autora de fantasia, se você pudesse se transportar para dentro de um livro e fazer do seu enredo sua própria história de vida, qual seria e por quê?

Eu gostaria de ser o Sebastian, da História Sem fim...

Sempre amei aquele livro, já li várias vezes e nunca me canso, talvez por que me identifico com ele, com seus mundos fantasiosos e a capacidade de escapar da realidade chata e sem graça e viver aventuras mirabolantes. Sem dúvida Michael Ende criou o roteiro que gostaria de ter para minha vida, se eu entrasse em um livro.

 

 

Proseando... 

  • Literatura é paixão
  • Quando escrevo me desligo de tudo
  • Livros são alimentos e tesouros
  • O que mais me inspira sonhos e leituras
  • Fecho o livro para dormir (às vezes preciso né?)
  • Vai para a cabeceira um caderno de notas que uso para anotar sonhos e idéias.
  • Estou folheando não folheio, eu leio.
  • Quero na minha estante a biblioteca do livro Coração de Tinta *.*
  • Admiro as palavras de pessoas amigas e inteligentes
  • O gênero literário que mais me empolga é a fantasia
  • Um livro um mundo novo sempre
  • Um personagem todos os que povoam minha mente
  • Um(a) autor(a) aquele que me deixa órfã quando acabo de ler
  • Tenho o sonho de viver de literatura
  • Lázarus é para mim um susto atrás do outro

 

Aproveite o espaço para dizer o que você deseja aos seus leitores:

Pessoal, foi muito bom poder conversar com todos os seguidores do blog da Guria. Ter conhecido você, Renata, foi muito importante, pois gosto da seriedade de seu trabalho e da forma como conduz o blog. Agradeço de coração a todos que lerem essa entrevista e convido a conhecer o Lázarus, a se apaixonar pela história também.

Quem quiser saber mais do livro pode procurar em: Blog >> Skoob (tem promo lá, aproveitem) >> Orkut (comunidade)

E podem me seguir no Twiter ou no Facebook e Orkut como Georgette Silen.

Mais uma vez obrigada e fico esperando sua visita em minhas páginas =)

Georgette Silen

 

*-*-*-*

Estou orgulhosa de retomar as atividades da “Prateleira Nacional” contando com a presença da Georgette. Foi uma honra poder te conhecer um pouquinho e descobrir como funciona sua criação. Só tenho que te agradecer: primeiro, por uma parceria incrível; segundo, por ser sempre tão atenciosa e prestativa; e terceiro, por ter me proporcionado uma leitura incrível com seu livro. Tenho um grande carinho por Lázarus e poder dividi-lo com os leitores do Guria é muito bacana.

 

Espero que vocês gostem do retorno da “Prateleira Nacional” e prestigiem muito os nossos autores. Leiam livros nacionais, garanto que irão gostar! Dica de hoje (obviamente): Lázarus!

 

Até a próxima! =*

13 comentários:

Guto Fernandes disse... [Responder comentário]

Mais uma das secçoes do Guria já fazendo sucesso neste ano de 2011. Sempre um trabalho bem feito e gostoso de se ler!

Adorei a entrevista,as perguntas foram muito interessantes; cada uma delas foi bem formulada e conseguiu nos mostrar ao longo da entrevista mais um pouco sobre a autora e suas obras, no caso mais precisamente Lázarus, que estou doido pra ler!

Gostei mto desse espaço dedicado as obras e a autores nacionais que proporciona uma chance unica para conhece-las.

Parabéns Amor pelas perguntas bem feitas, Georgette adorei suas respostas e que Lazarus assim como toda a série faça muito sucesso.

(e quase fui apedrejado ao dizer que não conhecia esta coluna, mas tudo bem ><)

Books, Friends & News disse... [Responder comentário]

Por azar tive que ler o babão do Guto com suas declarações apaixonada. Afff!!!! kkkkkk

Após ingerir uma dose de insulina posso comentar sobre a entrevista, como disse o babão cada pergunta nos fez conhecer um pouco da autora, uma entrevista muito bem formulada.

Obrigada Rê por nos proporcionar essa agradável entrevista.

Nanda Meireles disse... [Responder comentário]

Adorei conhecer um pouco mais sobre a autora.
Não sabia que era uma série... =/
Bjs Rê.

Larissa disse... [Responder comentário]

eu adoro essa seção do guria, já disse? :D
nunca li o livro da Georgette, mas simplesmente porque estou tentando dar um tempo nessa de vampiros. Quando eu me sentir preparada psicologicamente pra voltar a eles, com certeza o dela está na lista =D
beijocas

Unknown disse... [Responder comentário]

Nossa, bela entrevista!
A Georgette me pareceu ser uma escritora sem o "estrelismo" de alguns novos autores nacionais! ISso é bom... muito bom! Lázarus tem sido um livro bem falado na blogosfera... acredito que vai ser falado mais ainda! Esperamos que sim...
Rê, parabéns... seu blog tá demais e a gente sabe que Robert ficou na memória né?
KKKKKKKKkk


LEIAMOS!

Unknown disse... [Responder comentário]
Este comentário foi removido pelo autor.
Georgette Silen disse... [Responder comentário]

Oi Renata, oi pessoal do blog =)
Muito obrigada pelas palavras e por me deixarem dividir esse espaço com todos vocês.
Espero que minhas histórias contagiem os leitores e que sempre possa trazer algo de fantástico em suas vidas.
Abraços e fiquem a vontade para me contatar sempre que quiserem.

Thay Gomez disse... [Responder comentário]

Admiro imensamente o trabalho de Georgette (tive o prazer de ler e reler os dois contos que ela escreveu para Beijos & Sangue) e o livro me soa atraente *.*

Fiquei curiosa pra saber do que rola - e da mistura Inglaterra + Brasil só pode vir coisa boa ^^

Rê, parabéns, a entrevista ficou lindaa!

Mellory Ferraz disse... [Responder comentário]

AMEI o post, super completo!
E gostei da dica de leitura, também. A Georgette parece uma fofa, e também gostaria de ter a biblioteca de Coração de Tinta *-*
A estória de Lázarus parece ter muita identidade e criatividade!

Beijinhos, Rê! xx

Marcia Na Terra Do Nunca! disse... [Responder comentário]

aaah ! eu adorei a entrevista, adorei ver como a autora descreve e vê os vampiros .... claro, outro livro para minha listinha de desejos. !

*---*

Unknown disse... [Responder comentário]

Rê, que tudoooo!
Nossa, amei as suas perguntas! Vc tá na faculdade errada, menina, devia ser jornalista rsrs (sério! O_O)

A Georgette é super simpática =) E vc fala tanto do livro dela, que estou com muita vontade de ler, mesmo não curtindo muito histórias de vampiros.

Parabéns a Georgette pelo livro e pelo sucesso. E a Rê pelo Guria, que tbm é um sucessão *_*

Bjos!

Vivian - PS disse... [Responder comentário]

Amei a reportagem e saber que tem livros desse estilo escrito por autores brasileiros é demais, parabéns Renata, adorei a reportagem e estou curiosa pra ler *-*'

Abbs disse... [Responder comentário]

Amei a entrevista, e fiquei ainda mais doida pra ler Lázarus! Nossa, mais um pra minha lista de desejos que não para de crescer! haha

Beijos!!
Abbs; entrelinhas

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